Civilidade não é apenas sobre ser gentil ou praticar boas maneiras. Civilidade é muito mais do que isso. Ela pode ter um impacto significativo na qualidade de nossos relacionamentos, carreiras, comunidade, política e muito mais.
Civilidade é algo que nos afeta todos os dias, desde a prevenção do bullying no pátio da escola até a promoção da paz mundial.
A boa notícia é que qualquer pessoa pode aprender civilidade.
O Que É Civilidade
Há uma série de definições no dicionário sobre civilidade, a maioria fazendo conexão entre boas maneiras e cortesia. Vejamos algumas delas:
- conjunto de formalidades, palavras e atos que os cidadãos adotam entre si para demonstrar mútuo respeito e consideração; boas maneiras, cortesia, polidez.
- respeito pelas normas de convívio entre os membros de uma sociedade, normas de conduta.
Porém, essas definições não captam com precisão o componente atitudinal e de valores tão importantes nas aplicações práticas da civilidade.
A seguinte definição expandida de civilidade criada por Lewena Bayer ajuda a captar essas complexidades. Lew, como é mais conhecida, é fundadora e presidente da Civility Experts Worldwide, escola canadense com mais de vinte anos de existência que represento no Brasil.
Segundo Lew, civilidade é:
– uma consciência do impacto dos pensamentos, ações, palavras e intenções de uma pessoa nas outras; combinada a
– um reconhecimento contínuo da responsabilidade de facilitar a experiência dos outros (por meio do autocontrole, gentileza, respeito, não julgar) e:
– um esforço consistente para adotar e exibir um comportamento civilizado como um ponto não negociável do seu caráter.
Civilidade é uma escolha consciente, ativa, pessoal, em cada momento.
Sabe quando você sabe o que é o certo a fazer, mas não faz porque ninguém está olhando?
Por exemplo, você tentou jogar um papel no lixo, mas caiu para fora. O que você faz? Você pega o papel do chão e joga no lixo, ou olha para os lados, vê que ninguém viu e sai de fininho, deixando o papel no chão?
Ser alguém que escolhe a civilidade é não hesitar quando o papel cai no chão. É nem olhar para os lados para ver se alguém está vendo.
Civilidade está relacionada à ética, valores, respeito. É entender que toda ação tem consequência para os outros e antecipar essas consequências. É escolher fazer o certo, pesar o potencial impacto, ser responsável pelo resultado.
A história do papel foi apenas um exemplo. Todos os dias passamos por situações que envolvem nossos relacionamentos ou eventos corriqueiros que exigem que tomemos uma decisão, que façamos uma escolha.
O que você escolhe?
Escolha civilidade.
A definição de civilidade de Lew é amplamente aceita, e é congruente com a definição do professor italiano de literatura P. M. Forni (1951-2018), que também é referência mundial quando se trata de civilidade, e fundou em 2000 “A iniciativa de civilidade” (The civility initiative) na Universidade Johns Hopkins.
Segundo o professor Forni, quando nos aproximamos dos outros assumindo que eles são bons, honestos, e sensíveis, nós normalmente os encorajamos a serem exatamente isso.
“Cortesia, educação, boas maneiras e civilidade são todas formas de consciência. Ser civilizado significa ter consciência sobre os outros e tecer autocontrole, respeito e consideração no tecido dessa consciência.”
P. M. Forni.
Ele acrescenta:
“Civilidade é uma forma de bondade; é uma bondade graciosa. Mas não é apenas uma atitude de relacionamento benevolente e atenciosa com outros indivíduos; também implica um interesse ativo pelo bem-estar de nossas comunidades e até mesmo uma preocupação com a saúde do planeta em que vivemos.“
Analisando a origem do termo, compreendemos ainda melhor seu significado:
civitas = cidade (latim)
civis = cidadão (latim)
Com isso entendemos que a vida na cidade tem um efeito civilizador.
A cidade (civitas) é onde refinamos habilidades sociais, onde nos educamos intelectualmente.
Civilidade está sim relacionada à cortesia, boas maneiras, educação, mas a etimologia nos lembra de sermos bons cidadãos, de darmos de volta – devolvermos – à cidade.
Neste sentido, civilidade e educação são indicações de que a vida é melhor em cidades nas quais os cidadãos são dependentes uns dos outros. Na minha opinião é como toda sociedade deveria ser, uma estrutura que incentiva a interdependência e a comunidade, ao invés da independência e do individualismo. Um seriado que representa muito bem o conceito de civilidade aplicada na prática é “When calls the heart” (Quando chama o coração) da Netflix. O enredo se passa em uma cidadezinha, onde todos se conhecem e se tratam com gentileza, respeito e consideração, mostrando o verdadeiro espírito de uma comunidade.
Quando podemos exercer civilidade
Gosto muito dessa frase da Lew Bayer, fundadora e CEO da @civilityexpertsworldwide , a escola que represento no Brasil:
A frase nos traz uma reflexão, a de que não podemos ser gentis e civilizados apenas quando dá vontade. É como a Lew costuma dizer: “a civilidade é uma parte inegociável do caráter.”
Mas a frase do quadro acima apresenta um contraponto, a meu ver. Como sempre falo para minhas alunas, ninguém é gentil ou civilizado cem por cento do tempo, ou “o tempo todo” – como a frase do quadro diz. Ninguém é perfeito.
“Ué, Gabi, então a que conclusão podemos chegar? Como unir essas duas visões?”
Assim:
Iremos falhar, eventualmente. Por distração, pressa…Precisaremos dizer “não” às vezes. Por segurança, falta de tempo…
Mas quando a gentileza e a civilidade se tornam parte de quem somos, elas fazem parte da maioria das nossas ações e falas.
Em um mundo onde há tanto desrespeito, grosseria e indiferença, isso já é muito.
Então procure ser um por cento melhor a cada dia. Procure exercitar essas duas qualidades – gentileza e civilidade – o máximo possível. Até que se tornem naturais para você. E quando você não puder ser gentil ou civilizado, terá sido apenas em uma breve situação, o que não te define como uma má pessoa. Mas é importante que procuremos ser bons a maior parte do tempo e não apenas quando nos for conveniente.
Benefícios da civilidade
Você pode estar pensando que a civilidade tira sua autenticidade, te faz seguir regras de forma obediente e automática, e que você não terá nenhum benefício praticando-a. A verdade é que a civilidade nos impõe sim algumas restrições. Mas se não houvesse restrições, regras e leis que levem as pessoas a agirem com autocontrole, a vida em sociedade seria caótica. Então, ao contrário do que pode parecer em um primeiro momento, a civilidade traz sim vários benefícios. Tanto para o indivíduo como para a sociedade, que nada mais é do que um conjunto de indivíduos.
Lew Bayer costuma dizer: “A civilidade é sua própria recompensa”. Ela sugere que “Ao escolher a civilidade, as pessoas encontram seu melhor eu, e ao fazer isso, experimentam a graça, coragem, generosidade, humanidade, e humildade que a civilidade produz.
Ou seja, quando agimos com civilidade exercemos o nosso pleno potencial e nos sentimos bem e em paz conosco mesmos. Além disso, ao estender respeito e consideração aos outros, damos um exemplo e estabelecemos um padrão positivo, e como todos sabem gentileza gera gentileza.
Em uma comunidade onde as pessoas se tratam com civilidade há menos conflitos, crimes, grosserias e desrespeito e por consequência menos estresse, mais paz, saúde e satisfação. Quem não prefere viver em um lugar tranquilo onde todos se tratam bem? Como em Hope Valley, cidade onde se passa o seriado que comentei mais acima. Ok, talvez você não tenha vontade de morar em uma cidade tão pequena e pacata como aquela, mas certamente gostaria de ter amizades, uma rede de apoio e um clima de paz como eles têm.
Escolher civilidade é escolher fazer o que é certo para os outros, para a cidade. Como consequência, isso melhora nossa vida. Os ganhos de autoconfiança, confiança e capital social são imensuráveis.
De acordo com o professor Forni, “se nós formos gentis e agirmos com consideração, as pessoas irão querer estar perto de nós, e nós nos beneficiamos de círculos duradouros de atenção e cuidado.”
Escolher dar seu tempo, recursos, atenção, bons desejos, amor, gentileza e respeito, sem expectativas de retorno, tem um enorme benefício para você como doador assim como ao receptor.
Praticar a civilidade traz benefícios a você, a sua família, comunidade, bairro, cidade e país.
Civilidade x Etiqueta – conceitos e diferenças
Civilidade é o mesmo que etiqueta? É ter boas maneiras?
É só dizer por favor e obrigado? Por mais isso seja importante, pertence mais à etiqueta e boas maneiras, que são regras sociais sobre como devemos nos comportar.
Civilidade não é o mesmo que etiqueta. Eu posso conhecer e seguir as regras sociais, mas isso não significa que eu esteja sendo necessariamente civilizado.
Civilidade tem a ver com caráter, valores e preocupação genuína com o bem estar do outro.
Ou seja, posso ter etiqueta e não ser civilizado, assim como posso ser civilizado e não seguir a etiqueta.
Etiqueta: são orientações, regras e convenções, que se aplicam a uma situação, tempo, cultura ou país.
Etiqueta é importante. Quando nós sabemos o que esperar dos outros e temos padrões em comum, é mais fácil se relacionar com as pessoas.
Civilidade é muito mais do que conhecer e seguir a etiqueta ou agir com boas maneiras. Tem a ver com comunicação, gentileza, consciência e respeito.
Uma pessoa pode seguir a etiqueta e apresentar boas maneiras mas não ser civilizada. Civilidade tem a ver com caráter, valores e preocupação genuína com o bem estar do outro. Assista para entender melhor!
Para ser um embaixador da civilidade também é essencial que você se conheça. O autoconhecimento e a autoconsciência são um dos fundamentos da inteligência socioemocional. Se não nos conhecermos, não formos capazes de identificar nossos sentimentos e padrões de comportamento, teremos dificuldade de usar a autorregulação e o autocontrole, que são características importantes de quem age com civilidade.
Civilidade e moral estão interligadas
Moral: conjunto de valores, normas e noções do que é certo ou errado, proibido e permitido, dentro de uma determinada sociedade ou cultura. Moral tem a ver com os valores que regem a ação humana enquanto inserida na convivência social, tendo assim um caráter normativo.
Civilidade representa o caráter e os valores que se sobressaem em um indivíduo.
O que diferencia ações de boas maneiras da civilidade é o caráter.
Enquanto boas maneiras exibidas por qualquer razão normalmente tem algum impacto positivo, quando você exercita o poder da escolha e decide estender uma cortesia ou uma pequena gentileza porque você acredita que é a coisa certa a ser feita, o poder da intenção se sobressai, e intenção é algo muito poderoso. Quando você consistentemente escolhe ações baseadas nos seus valores e propositalmente se comporta de uma forma que beneficia os outros, a civilidade se torna uma parte do seu caráter.
Quando você não tem valores claramente definidos, é difícil estabelecer padrões pessoais, então é mais fácil escolher ações populares baseadas em conveniência em vez de escolher civilidade baseada na consciência.
O resultado final é incivilidade.
Para você refletir:
- Você acredita que as regras de etiqueta são suficientes para garantir que as pessoas se comportem com consideração em relação às outras? Nós acreditamos que não são. A meta deve ser unir:
Etiqueta + boas maneiras + civilidade
- Quão importante é que cada pessoa tenha seus próprios valores como um guia do caráter?
Importantíssimo, pois como vimos acima, sem valores claramente definidos é difícil estabelecer limites e padrões pessoais, e você pode acabar concordando com a maioria por falta de opinião própria ou de coragem de defender sua opinião.
“Saber o que é certo e não fazê-lo é a pior covardice.”
Confúcio, filósofo chinês
“Não é difícil tomar decisões quando você sabe quais são seus valores.”
Roy Disney
“A verdadeira integridade é fazer a coisa certa, sabendo que ninguém saberá se você a fez ou não.”
Oprah Winfrey
Boas maneiras tornam mais fácil conviver e trabalhar junto. Exibir boas maneiras apenas para ser educado não é tão civilizado assim. Seguir convenções sociais por obrigação ou ser gentil só porque alguém ou alguma circunstância te fez agir assim, sem uma medida de compreensão e boas intenções, não é nem de perto o mesmo que escolher e praticar civilidade. Por exemplo: uma pessoa pode achar que é educado sempre aceitar convites, mesmo quando não tem intenção de frequentar de fato um evento.
Infelizmente, muitos pais, professores, e às vezes a sociedade em geral, esperam um cumprimento forçado e confundem isso com civilidade. Por exemplo, uma criança pode ser ensinada a pedir desculpas, mas nunca aprender por que é importante se desculpar, e nunca entender o que ela fez de errado. Assim como alguém sorrir e cumprimentar com as mãos não significa que ela de fato respeita ou aprecia a outra pessoa.
A quantidade de atenção e intenção requerida para fazer algo “só porque” é bem menor do que a quantidade de atenção e intenção requerida para fazer algo com consciência. Essa diferença explica a aparente sutil diferença entre ser educado e ser civilizado. É mais fácil ser educado e seguir regras de etiqueta e exibir boas maneiras do que ter uma real consciência sobre o impacto das suas ações. Percebe a diferença?
Talvez você já tenha ouvido dizer que etiqueta é gentileza, respeito e consideração. Mas isso é falado ou por desconhecimento da diferença entre os termos ou para simplificar a comunicação no dia-a-dia. Quando você se aprofunda e conhece os conceitos de etiqueta, boas maneiras e civilidade, fica mais fácil entender a diferença entre eles. Então você entende que seguir a etiqueta não é necessariamente ser educado.
É claro, uma pessoa que segue a etiqueta demonstra conhecimento e preocupação em se relacionar bem. Já é um avanço, uma demonstração de interesse em aprender e exibir as regras. Porém, como expliquei mais acima, uma pessoa pode seguir uma regra de etiqueta e desrespeitar alguém. Então ter etiqueta não é sinônimo de ter civilidade. O ideal é que a etiqueta, as boas maneiras e a civilidade andem juntas.
Pessoas com consideração escolhem ativamente ver o mundo além delas mesmas.
Seu senso de compaixão pelos outros lhes direciona a se conectar, e surge uma alegria e satisfação pessoal dessas trocas desinteressadas e não egoístas.
Ser educado não significa apenas dizer “por favor”, “obrigado” e “de nada”. Envolve um reconhecimento completo dos sentimentos da outra pessoa e um comportamento de acordo.
Por que tão poucas pessoas estão escolhendo civilidade?
Parte da razão é que quando as pessoas começam a entender que ser civilizado não é simples como frequentar um curso de etiqueta ou tão óbvio como ser educado, elas simplesmente não estão preparadas para comprometer o tempo ou energia que a civilidade exige – ou lhes falta coragem para escolher civilidade quando parece não haver expectativa, respeito ou recompensa para fazê-lo.
– O primeiro passo para escolher civilidade é identificar claramente seus valores pessoais, porque nossos valores dirigem nossas escolhas.
– Segundo passo: consciência – aspecto importante na escolha da civilidade. Você tem que prestar atenção no impacto das suas escolhas, palavras, ações, e até falta de ações, nos outros. Isso significa usar seu radar social para acessar as necessidades dos outros e construir sua competência social para acomodar essas necessidades. Você precisa ser capaz de interpretar pistas verbais e não verbais, para adaptar seus comportamentos baseado no que é apropriado em um contexto específico.
Você tem a responsabilidade de ser civilizado e bom com todo mundo, independentemente de qualquer benefício a você mesmo e independentemente de você ter um relacionamento ou os mesmos valores que a outra pessoa.
Ter civilidade é manter a mente aberta, usar suas habilidades e conhecimento para que possa liderar pelo exemplo, aprender sobre outras culturas, fazer perguntas, ser curioso, mostrar interesse, observar os outros com cuidado, com a intenção de compreendê-los melhor.
A civilidade nos pede para ter a mente aberta em relação à perspectiva dos outros, a conhecer pessoas de culturas diferentes, a expressar curiosidade sobre as pessoas e suas histórias.
As boas relações nos dias atuais
Não gosto de dizer que antigamente era melhor, ou que as pessoas eram mais civilizadas. Em vez de nos lamentarmos, acredito que seja mais importante agirmos. Fazermos o que é possível com o que temos hoje. Porém, é interessante pontuar que há alguns fatores que mudaram ao longo dos anos e que tem sim impacto nas boas maneiras e na civilidade.
Fatores atuais:
- Mais tecnologia, mais distrações, menos tempo, menos atenção.
É fato que o desenvolvimento da tecnologia interfere na maneira como as pessoas interagem. Estamos disputando com as telas pela atenção das pessoas e estamos criando filhos que estão se acostumando a ter gratificação instantânea.
Quando não sabemos usar a tecnologia com equilíbrio, acabamos muitas vezes deixando as regras da etiqueta e a civilidade de lado. Temos um artigo falando mais sobre os impactos da tecnologia nas interações e nas boas maneiras, confira!
2. Aprovação social não é mais tão importante como na época de comunidades controladoras.
Hoje é possível crescer no trabalho, mudar de emprego, “subir de vida”. Antigamente não era assim, a pessoa exercia sempre a mesma função, nascia em uma determinada classe social e morria nela. Com isso, a aprovação social era muito importante, pois era uma forma de obter reconhecimento e privilégios que não eram possíveis serem conseguidos através de outros meios, como o trabalho. O que não significa que hoje ninguém busque aprovação social, ela ainda existe, mas está menos presente.
Então isso também interfere na forma como as pessoas se relacionam. Se há menos necessidade de agradar, será que estamos deixando mais de lado as orientações da etiqueta, as ações de gentileza e a civilidade?
Causas de grosseria e incivilidade
É importante sabermos o que está por trás da grosseria para que cada um de nós possa se perceber melhor e evitar transferir aos outros atitudes ou palavras rudes. Ou seja, tudo bem você estar infeliz, mal humorado, chateado, estressado ou atrasado, mas isso não justifica você ser grosseiro com alguém.
O professor Forni fala sobre essa questão: por que somos rudes?
Segundo ele, “anonimato é nossa companhia constante. Normalmente temos poucos laços significativos com as comunidades em que vivemos.”
Vejamos mais algumas causas de incivilidade:
- Pressa
- Estresse crônico
- Constantes mudanças e avanços tecnológicos
- Diminuição da inteligência moral resultante da grande mídia
- Mudanças de valores entre grupos geracionais
- Incompetência intercultural
- Baixa inteligência social
- Valores indefinidos
- Desconforto na adaptação à mudança
- Fatores situacionais em andamento, como ambiente e contexto
- Comunicação ineficiente
É importante dizer que todos esses processos afetam diretamente a vida das pessoas, incluindo crianças e adolescentes, o que é mais um motivo para combatermos a incivilidade.
Civilidade começa em casa
Civilidade começa em casa. Os pais são os professores mais importantes na vida dos filhos. As lições mais poderosas são experienciadas em casa. O ideal é que essas lições também sejam reforçadas na escola, comunidade, e mídia.
Como muito disso não acontece, é ainda mais importante ensinar civilidade em casa.
Assim como com qualquer habilidade, repetição é a chave do sucesso. Nenhuma habilidade é aprendida com uma exposição limitada. Uma criança não aprende a ler frequentando uma única aula de leitura. Nem boas maneiras e civilidade são aprendidas em uma única aula.
Uma casa vazia de civilidade deixa pouca chance para seus membros serem civilizados fora de casa. É em casa que lições de civilidade são aprendidas. A civilidade é expressada de uma série de maneiras:
- Aparência: através de uma apresentação pessoal modesta e arrumada que seja apropriada à situação
- Comportamento e discurso: através da sua consideração e gentileza com as pessoas e os animais
- Ambiente: pelo seu cuidados com as coisas que você possui e o mundo em que você vive
Muitas vezes as crianças e adolescentes são encorajados a se comportarem bem em eventos ou quando recebem visitas. Porém, o objetivo verdadeiro deveria ser tornar as boas maneiras e a civilidade parte de quem elas são.
Muitos pais incentivam que os filhos desenvolvam habilidades cognitivas, acadêmicas e esportivas. Sem dúvidas elas são importantes, mas e as habilidades sociais? Precisamos criar nossos filhos para serem uma parte saudável e produtiva da sociedade. Essa criança irá experimentar uma vida feliz, saudável e ser um líder eficaz em sua geração.
As escolas particulares hoje são obrigadas a ensinar habilidades socioemocionais, algo que representa uma grande conquista para nossa sociedade. Ainda assim, os pais precisam estar atentos e oferecer também em casa oportunidades dos filhos exercitarem habilidades importantes como comunicação, tomada de decisão e resolução de conflitos. Limitar o uso de telas também é papel dos pais e é uma questão que pode prejudicar muito o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. No texto “O impacto da tecnologia nas interações sociais e na etiqueta” falamos mais sobre isso e oferecemos orientações práticas para te ajudar a limitar o uso, orientar e proteger seu filho.
Hoje muitos pais não ensinam civilidade e boas maneiras aos filhos porque não aprenderam, ou aprenderam e não sabem ensinar, ou porque não tem tempo, paciência e disponibilidade, ou porque não priorizam esse ensino.
Para te ajudar a suprir essa necessidade, na Escola de Gentileza, além de oferecermos cursos que ensinam habilidade socioemocionais e caráter, também ensinamos etiqueta social e à mesa. Confira nossos cursos aqui.
E para te ajudar a começar a ensinar boas maneiras em casa, temos um texto sobre como ensinar boas maneiras aos filhos.
Confira nosso blog para mais conteúdos como este.
Ola Gabriela,
Você poderia me informar o nome do livro da Lew Bayer no qual ela fala sobre civilidade?
Obrigada,
Jacqueline
Oi Jacqueline! A Lew tem mais de um livro publicado em que fala sobre civilidade. Tem “The power of Civility (escrito em coautoria com outros profissionais), “The power of one”, “The face of Civility”, “The 30% solution” e “Civility at work” (esses 2 últimos sobre civilidade no trabalho). Se eu puder ajudar com algo mais, pode me chamar aqui ou no Instagram @gabrielavassimon. Obrigada pela presença! Um abraço!